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Missão da NATO na “Cerizia do Leste”

Manlio Dinucci  :: 19.10.15

Está já em curso o exercÍ­cio “Trident Juncture 2015” da NATO. Há 13 anos que a NATO não empreendia um exercÍ­cio desta envergadura. O imperialismo norte-americano e os seus aliados ocidentais sobem a fasquia dos jogos de guerra. É mais urgente que nunca uma mobilização em massa dos povos em defesa da paz. Enquanto é tempo.

Começou o exercÍ­cio ‘Trident Juncture 2015′, o mais importante organizado pela NATO desde há 13 anos. É um grande ensaio de guerra contra a Rússia
«Na Cerizia do Leste, um Estado invadiu um Estado vizinho mais pequeno e ameaça invadir outro. A crise tem implicações mundiais. A NATO empreende uma missão internacional de assistência e apoio para proteger os Estados ameaçados». É esse o cenário que o exercÍ­cio «Trident Juncture 2015» «simula». A NATO explica que os nomes são «fictÍ­cios». Mas não é necessária muita imaginação para entender que «Cerizia do Leste» é o leste da Europa e que «o invasor» é a Rússia, acusada pela NATO de ter invadido a Ucrânia e de ameaçar outros paÍ­ses do leste.
O exercÍ­cio bélico que actualmente se desenvolve em Itália, Espanha e Portugal é, por conseguinte, um teste real de guerra na frente oriental. Durante a sua fase inicial (de 3 a 16 de Outubro), no centro de Poggio Renatico (na região italiana de Ferrara), o primeiro centro já operacional do novo Sistema de Comando e de Controlo Aéreo da NATO, 400 militares de 15 paÍ­ses «simulam os acontecimentos que haverá que enfrentar». Depois, de 21 de Outubro a 6 de Novembro, desenvolver-se-á «Livex», o exercÍ­cio de «fogo real» em que participarão mais de 230 unidades terrestres, aéreas, navais e de forças especiais de 28 paÍ­ses membros da NATO e de 7 paÍ­ses associados (entre os quais a Ucrânia), com 36 000 homens, mais de 60 navios e 200 aviões de combate.
No quadro de «Trident Juncture2015», as operações terrestres estarão sob o controlo do LandCom, o Comando das Forças Terrestres da NATO cujo quartel-general se situa em Izmir (Turquia), sob as ordens do general estado-unidense Nicholson, que envia a este exercÍ­cio mais de 250 membros do pessoal Í s suas ordens. As operações marÍ­timas estão sob o controlo do MarCom, o Comando das Forças Navais da NATO, situado em Northwood (Grã-Bretanha), sob as ordens do almirante inglês Hudson. As forças aéreas participantes receberão ordens do AirCom, o Comando das Forças Aéreas da NATO, que tem o seu quartel-general em Ramstein (Alemanha), sob as ordens do general estado-unidense Gorenc, também comandante das forças aéreas estado-unidenses na Europa e em ́frica.
«Trident Juncture2015» põe Í  prova a capacidade da «Força de Resposta» (40 000 homens), em particular a capacidade da sua «Força de Vanguarda de Muito Alta Rapidez Operativa» capaz de se projectar em 48 horas fora da zona NATO, em direcção a leste e a sul, dirigido em 2015 pelo Comando Conjunto Joint force Command de Lago Patria (Nápoles), sob as ordens do almirante estado-unidense Ferguson, também comandante das forças navais dos Estados Unidos na Europa e em ́frica.
A Itália, segundo anuncia o governo [italiano] disponibilizou para esse exercÍ­cio «estruturas, bases e polÍ­gonos». As bases e polÍ­gonos destinados Í s forças aéreas são particularmente importantes. A NATO enumera-as da seguinte forma: Pisa e Grosseto, na Toscania; Pratica di Mare, na região de Lazio; Amendola na região de Apulia; Decimomannu e Teulada na Sardenha; Sigonella e Trápani, na SicÍ­lia; para além do porta-aviões Cavour como base flutuante.
Na véspera de «Livex», a 19 de Outubro, realizar-se-á no aeroporto de Trápani Birgi uma cerimónia de abertura com a participação de alguns dos mais altos representantes militares de Itália e da NATO, seguida de uma conferência de imprensa e do desfile dos aviões de combate (Eurofighter 2000, F-16, AMX e outros) italianos, polacos, gregos e canadianos, além de um avião-radar AWACS recolocado em Trápani a partir da base da NATO em Geilenkirchen (Alemanha).
Mas não haverá cerimónias na base de Decimomannu, utilizada também pelos aviões da Eslovénia, nem no polÍ­gono de Teulada, onde actuarão também forças terrestres. O exercÍ­cio «de fogo real» «Livex», em que serão utilizadas bombas e mÍ­sseis que ao explodir projectarão uranio empobrecido bem como outros metais pesados e substancias quÍ­micas toxicas, semeará a morte provocando cancro e malformações congénitas. Entretanto, os gastos de «Livex» serão pagos com dinheiro proveniente dos fundos públicos, obtido mediante cortes nas despesas sociais.


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