Autor: “Manuel Gusmão ”


Óscar Lopes e a cidadania ou o compromisso militante com o sentido*
No ano do centenário do seu nascimento, evocamos Óscar Lopes. Intelectual de excepcional envergadura, Óscar Lopes foi um destacado resistente antifascista e um revolucionário: « é um militante comunista, ou seja, para além da compreensão e da exigência de defender com pertinácia a independência e a autonomia do seu trabalho intelectual, ele decidiu, para garantir a pertinência de tais questões, colocá-las ao serviço da outra classe. E assim, quando tenta encontrar ou descortinar o sentido de um texto ou de um conjunto de textos, Óscar Lopes é levado a pôr questões obrigadas ao ponto de vista da classe operária e dos trabalhadores em geral.»



Marx e o trabalho - algumas notas a pensar no presente*
«Marx é actual porque continuamos a viver não só numa sociedade de classes, mas numa sociedade em que o capitalismo se mantém como o modo de produção e de reprodução social dominante, embora em configurações concretas que Marx não conheceu.»



Bento de Jesus Caraça e a integração dos intelectuais no PCP
Odiario.info publica hoje dois textos sobre dois dos mais notáveis intelectuais e revolucionários comunistas portugueses: Álvaro Cunhal e Bento de Jesus Caraça.
Ambos provaram saber que a sua integração na luta do povo e da classe operária portugueses era um processo de transformação: deles, intelectuais, e dos que com eles lutavam e integravam o Partido Comunista Português.
Se Álvaro Cunhal se distinguiu como político, organizador, artista e escritor que soube colocar o seu talento, intelecto e determinação ao serviço do povo, Bento Caraça, apesar de ter morrido prematuramente aos 47 anos de idade tinha «
uma conceção de cultura [é] alheia a todo o elitismo e [é] radicalmente democrática», tendo tido um papel determinante na criação e organização da Biblioteca Cosmos e da Universidade Popular, de que hoje, mais de 70 anos volvidos após a sua criação, ainda se sentem os efeitos.
Este texto é sobre Bento de Jesus Caraça.



Não esquecer Luuanda de Luandino Vieira*
Numa época em que o branqueamento do fascismo progride em vários lugares do mundo, nomeadamente em países da Europa de Leste e central, o grupo parlamentar do PCP apresentou uma moção para que não se esqueça, saudando a coragem cívica de que deram mostras os escritores portugueses. Assim a AR, ao votar favoravelmente esta iniciativa do PCP, homenageou a Direcção da SPE e saudou a Associação Portuguesa de Escritores como digna sucessora da Sociedade violentamente extinta em 1965.



De como as artes nos fazem humanos, ou a voz de um operário
«A minha experiência como professor tal como a dos meus colegas com quem regularmente discutia
tem-me confirmado na recusa da existência de impossibilidades reais numa dada relação entre um humano e uma obra de arte.»



«Até amanhã, Camaradas», merecidamente premiado*
«Até amanhã, Camaradas» foi premiado. Não o livro escrito do Manuel Tiago/Álvaro Cunhal, mas o filme realizado a partir dele. Para a crítica literária ele permanece naturalmente recalcado por aqueles que precisavam de esquecer (e de fazer esquecer) tudo aquilo que esta democracia já deve, e continua devendo, à principal força organizada de resistência contra o fascismo.



(Dentro de ti, oh cidade)*
Para o Governo e a troika, a Cultura situa-se no plano de um ornamento da sociedade, de um privilégio das elites, ou de um sector da economia. Para nós, que afirmamos que esta crise não tem saída democrática sem a intervenção determinante dos trabalhadores e do povo, a Cultura deve assumir o seu papel, que digo de forma abreviada: jogos de linguagem que fazem e refazem este nosso mundo e os outros possíveis; jogos de linguagem que imaginam formas de vida, técnicas do corpo, que modelam e remodelam os nossos sentidos. Que nos transformam naquilo que somos, que nos tornam humanos.
