Eles roubam tudo…*
Eles poisam em toda a parte: poisam no governo e na presidência da República; poisam nas administrações das grandes empresas públicas e privadas; poisam nos bancos falidos fraudulentamente e nos bancos que, fraudulentamente, levam Í falência as pequenas e médias empresas. Poisam e roubam.
Roubar é a sua profissão: eles roubam, roubam, roubam…
Roubam todos os dias e a todas as horas; roubam nos dias úteis e nos dias inúteis; roubam nos domingos, nos feriados e nos dias santos; roubam enquanto dormem e roubam quando estão acordados.
Eles roubam, encapotados, congelando salários e reformas, e roubam, sem máscara, subsÍdios de Natal a trabalhadores e reformados.
Eles roubam, Í mão armada, o direito ao emprego aos jovens e roubam, a tiro, aos idosos, o direito Í dignidade, condenando-os a reformas de miséria.
Eles roubam, em quadrilha, o direito ao pão a milhões e, sempre em quadrilha, concedem-lhes o direito Í caridadezinha ultrajante e anti-humana.
Eles roubam direitos laborais e roubam direitos humanos fundamentais aos cidadãos.
Eles roubam serviços públicos essenciais, roubam o direito Í saúde, Í educação, Í habitação – e roubam o direito Í felicidade.
Eles roubam, roubam, roubam…
Eles roubam aos que trabalham e vivem do seu trabalho.
Eles roubam aos que já trabalharam e ganharam, com trabalho, o direito a uma velhice digna.
Eles roubam o emprego aos que querem trabalhar, pondo-lhes Í frente espessos muros.
Eles roubam, roubam, roubam…
Eles roubam ao PaÍs a sua independência e, rastejantes, levam o roubo Í boca dos grandes e poderosos da Europa e do mundo, aos quais lambem as mãos.
Eles roubam Abril – a democracia, a liberdade, a justiça social, a soberania nacional, a Constituição, o futuro – e semeiam sementes do passado que Abril venceu.
Eles roubam, roubam, roubam…
Roubar é a sua profissão.
E, quais robins dos bosques de patas para o ar, roubam aos pobres para dar aos ricos – e enchem, com o roubo, os cofres das grandes famÍlias, dos exploradores, dos vampiros parasitas.
E se alguém se engana com o seu ar sisudo e lhes franqueia as portas Í chegada, eles roubam tudo e não deixam nada.
E poisam em toda a parte: poisam no governo e na presidência da República; poisam nas administrações das grandes empresas públicas e privadas; poisam nos bancos falidos fraudulentamente e nos bancos que, fraudulentamente, levam Í falência as pequenas e médias empresas.
Poisam nos prédios, poisam nas calçadas…
A luta os vencerá.
*Este artigo foi publicado no “avante!” nº1967 de 11.08.2011
Gostaste do que leste?
Divulga o endereço deste texto e o de odiario.info entre os teus amigos e conhecidos