CPPC repudia intervenção militar no Mali
O CPPC condena a intervenção militar no Mali, levada a cabo pela França e por outros paÍses ocidentais, ao mesmo tempo que manifesta a sua firme solidariedade para com o seu povo, martirizado pela pobreza, pela guerra e pelo saque dos seus ricos recursos naturais.
O CPPC considera que esta intervenção, para além de agravar a já instável situação que se vive não só no paÍs como em toda a região, tem objectivos que vão muito para além da denominada luta contra o terrorismo, nomeadamente o controlo das preciosas matérias-primas existentes no Mali e de uma importante região do globo. Recorde-se que o Mali é o terceiro maior produtor de ouro de Ífrica (havendo actualmente sete minas em funcionamento), é rico em urânio e em diamantes e outras pedras preciosas, tendo recursos significativos e ainda pouco explorados de minério de ferro, manganés, bauxite, cobre, mármore, fosfato, lÍtio e petróleo. O Mali, tal como muitos outros paÍses vizinhos, foi colónia francesa até meados do século XX e a França está hoje instalada – com empresas e tropas – em muitos desses paÍses.
O CPPC rejeita que, tal como sucedeu e sucede noutros pontos do mundo (sendo a LÍbia e a SÍria os exemplos mais recentes) se instiguem conflitos étnicos ou religiosos para procurar legitimar e justificar uma intervenção militar que apenas tem como finalidade garantir o acesso por parte dos paÍses ocidentais Í s riquezas do subsolo maliano em favor dos grandes potentados económicos e em sério prejuÍzo do seu legÍtimo dono: o povo do Mali.
Poucos meses após a entrega do prémio Nobel da Paz Í União Europeia, a intervenção militarizada da França, seguida do apoio de outros mais paÍses da União Europeia, no Mali faz cair por terra a máscara «pacifista» desse bloco polÍtico económico e põe em evidencia a razão dos que, como o CPPC, se opõem Í militarização da Europa e das relações internacionais para, pelo contrário, defender o respeito pela integridade territorial dos estados, a soberania dos povos, e o seu legÍtimo direito Í paz e ao desenvolvimento.
O CPPC condena ainda a posição do governo português, que apoiou mais esta intervenção militar, comportando-se assim como cúmplice daqueles que, para controlar importantes reservas de recursos minerais, fomentam guerras e geram a pobreza, a miséria e a opressão dos povos.
Gostaste do que leste?
Divulga o endereço deste texto e o de odiario.info entre os teus amigos e conhecidos