Autor: “Filipe Diniz ”
Margarida Tengarrinha 1928 - 2023
ODiario.info presta homenagem Margarida Tengarrinha com estas palavras de despedida, proferidas ontem no seu funeral pelo nosso editor Filipe Diniz
O AUKUS e o massacre na Indonésia
O facto de terem sido recentemente desclassificados documentos do Foreign Office relativos Í preparação e incentivo por parte da Grã-Bretanha Í s atrocidades anticomunistas cometidas na Indonésia em 1965-66 ajuda a colocar uma questão da maior actualidade: os principais cúmplices internacionais desses massacres – Grã-Bretanha, EUA, Austrália – acabam de constituir uma aliança militar, o AUKUS. O seu currÍculo passado (no PacÍfico e noutros lugares) ajuda a identificar a natureza dessa nova ameaça.
Especulação imobiliária*
A grande especulação imobiliária é anterior Í fase monopolista do capitalismo (basta recordar a Paris de Haussmann). Mas é com o poder dos monopólios que floresce. Embora Nova Iorque e Lisboa sejam realidades urbanas muito diferentes, as dinâmicas que a grande burguesia norte-americana pôs em movimento na grande metrópole têm traços comuns – e ajudam a compreender – o processo especulativo que assola Lisboa.
Prémios*
A atribuição pelo Parlamento Europeu do prémio Sakharov Í «oposição democrática» venezuelana já foi devidamente denunciada por aquilo que verdadeiramente representa: uma provocação ao governo bolivariano, um encorajamento a gente que, apoiada pelo imperialismo, procura afundar o paÍs na violência e no caos. Não é excepção. O historial do prémio Sakharov, criado em 1988, é em boa parte dos casos elucidativo da hipocrisia da maioria do PE no que diz espeito a “democracia” e “direitos humanos.”
Grécia 1967
A ligação umbilical dos EUA aos golpes de Estado um pouco por todo o mundo tem sempre dois objetivos irmanados: impor uma maior exploração dos povos e dos seus paÍses, e perseguir os comunistas.
Uma semana de opiniões
Numa era em que o parajornalismo (ver o diário.info de 14 de agosto passado) se acotovela com o paramilitarismo para ver qual destas especialidades de terrorismo ganha mais indulgências do capital monopolista, e em que se tornou norma «…os factos objetivos te(m)rem menos influência na formação de opinião publica do que os apelos emocionais…» (da definição de pós-verdade segundo o dicionário de Oxford introdução em 2016), quem se pode espantar que o Le Monde em França ou o Público e o Diário de NotÍcias em Portugal, tenham tiragens idênticas Í s da imprensa clandestina nos seus paÍses há 70 ou 80 anos?
Talvez tenham mais do que merecem…
Capital fictÍcio, cidade fictÍcia*
A actual crise geral do capitalismo tem como uma das suas componentes o colapso de diversas bolhas imobiliárias e da engrenagem do crédito hipotecário a elas associado. O capital financeiro encontrara nesse sistema formas de exponenciar lucros a taxas muito superiores Í s possÍveis na economia real. Economia especulativa, espaço privilegiado de circulação de capital fictÍcio, converte os lugares materiais em que toca a habitação e a cidade em simulacros igualmente Í beira do colapso.